Em tempos de coronavírus saber interpretar e compreender uma evidência científica é o que nos torna
críticos e empoderados para falar sobre determinado assunto. A evidência científica é a base de segurança para as escolhas diagnósticas e terapêuticas do tratamento de diversas doenças. O avanço tecnológico que nos acompanha ao longo das últimas décadas, tornou a prática clínica muito mais confiável, e quanto mais controlado é um estudo, maior o grau de confiança do seu resultado.
Todos já devem ter se deparado com algumas
fake news pela internet, e muita vezes, questionado o que é real e o que é
fake na história.
Ciência é ciência, mas então por que algumas evidências são melhores classificadas que outras na comunidade científica? Queremos ajudar vocês a identificarem a
validade de uma evidência científica.
Podemos dividir as evidências em 7 classes principais:
- Opinião de especialista: como exemplo, podemos citar a opinião isolada de um especialista ou as notícias sobre artigos científicos. É a evidência mais fraca da lista.
- Estudos experimentais (com células ou animais): estudos com animais são úteis e podem prever efeitos que também seriam observados em humanos.
- Relato ou série de casos (observacionais): ainda que fraco na hierarquia de evidências, esses estudos dão suporte na descoberta de novas doenças, efeitos colaterais ou formas de tratamento. Esses tipos de estudo não conseguem provar a relação causa X efeito.
- Estudo de caso-controle (observacionais): são estudos retrospectivos que envolvem um grupo de casos e outro grupo controle. Nesses estudos são investigados os caminhos retrospectivos a fim de determinar a causa. Estes estudos provam que existe uma relação causa X efeito, mas não provam com certeza a causa.
- Estudos de coorte: também são estudos de controle de caso. Nesse estudo ocorre uma seleção de um grupo de pessoas que compartilham determinada característica e as compara ao longo do tempo com um outro grupo de pessoas que não apresentam tal característica.
- Ensaio clínico randomizado (experimental): nesses estudos, os grupos são divididos entre aqueles que receberam determinada intervenção e os que não receberam. Costuma-se preferir ensaios clínicos randomizados duplo-cego, ou seja, nem os pesquisadores e nem os participantes do estudo sabem se estão recebendo o tratamento ou placebo.
- Revisão sistemática: envolve múltiplos ensaios clínicos randomizados e controlados para extrair conclusões sobre determinado assunto. Nesse caso, elas também servem para averiguar a qualidade dos estudos envolvidos. A revisão sistemática ajuda a mitigar os vieses de um estudo isolado e fornece uma visão mais ampla, o que as configura como as melhores formas de evidências científicas.
Ou seja, quando interpretamos uma evidência científica devemos antes de mais nada identificar o tipo de estudo e como ele foi conduzido!
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